topbella

07/04/2008

Os sofrimentos do jovem Werther


Ando meio sem tempo para atualizar o blog, mas tenho bastante novidades. As aulas da pós voltaram a ser 'aquelas'. Não perco um segundo da aula. Antes sempre ia ao banheiro regularmente, bebia água e batia longos papos com minha divertida amiga Grazi. Agora tenho um módulo de Lingüística com um professor genial! E agradeço ao bom Deus começar a compreender Saussure e Chomsky. O mais legal é que ele entende de tudo... muito! E adoro pessoas que entendem de várias ciências sem perder o senso de h2 (humor e humildade). Parabéns Sandro!


A história é que ele citou um romance alemão em uma aula chamado 'Os sofrimentos do jovem Werther' (como indica o título do post), traduzido como 'Werther' aqui no Brasil. Não me interessaria tanto se ele não dissesse que a obra marca o início do Romantismo e que vários jovens do século XVIII cometeram suicídio após a leitura da obra de Goethe.

Peguei o livro que, por um milagre, estava disponível na Biblioteca e o consumi naquela madrugada de sábado.Apesar de achar que Angelo Stefanovits deixou muita coisa 'de fora' em sua adaptação, fiquei satisfeita, afinal, não sei absolutamente nada em alemão e foi a primeira vez que lamentei isso.

O livro conta a história um jovem que muda para o campo e se apaixona por uma dama chamada Charlotte e retrata essa paixão não correspondida nas cartas que costumava mandar regularmente a seu melhor amigo Wilhelm. O narrador da história tece alguns comentários e mostra as cartas em ordem cronológica, de forma que o leitor pode compreender todo o enredo. O amor do personagem Werther não é correspondido por causa de uma terceira pessoa, Albert. O noivo de Charlotte.

O que mais gostei na obra, pessoalmente, foi a expiação de meus sentimentos com os dos personagens. Me senti Charlotte, Albert, Werther e o próprio amigo que recebe as cartas, tudo ao mesmo tempo.

Sou Charlotte quando assumo muitas responsabilidades, pelo sentimento maternal e por me confundir tanto em meus sentimentos. Sou Albert, um pouco distante e com dificuldades de expressar minhas emoções. Sou Werther porque tenho meus questionamentos e adoro refletir sobre as coisas, mesmo que não chegue às conclusões do senso comum. Sou o amigo que recebe cartas porque ouço muitas lamúrias, mas tenho dificuldade em conseguir convencer as pessoas a enxergar 'o outro lado'.

Enfim, as obras literárias revelam mais de nós mesmos do que supomos imaginar. E, falando nisso, ela trata de muitos aspectos que se tornaram realmente típicos à escrita romântica: adoração à natureza, oposição ao rigor classicista, morte por amor, idealismo utópico entre outras características do movimento. Alguns trechos traduzidos por Stefanovits:

"Pois você me conhece bem: já me viu transitar da prudência à temeridade, e da doce melancolia à paixão desmedida. Não é para menos, pois trato meu coração como se fosse uma criança doente, concedendo-lhe a satisfação de todos os seus caprichos.

"Convenci-me de que os mal-entendidos e a preguiça causam mais confusões no mundo do que a esperteza e a maldade. Estas últimas são com certeza mais raras".
"Os habitantes daqui são normais. Desgastam-se na maior parte do tempo para sobreviver e angustiam-se tanto nas horas de lazer que procuram reduzi-las ao mínimo."

1 comentários:

Leo Curcino disse...

me pareceu interessante! engraçado que muita gente me fala tao mal de linguistica que minha ideia era de que era uma materia extremamennte chata e é interessante achar gente que pensa diferente.

vc deve ser uma pessoa legal daquelas de se sentar e conversar um tempao sobre coisas legais! ja te disseram isso? ja lhe disse isso?